"Eu num me canidato não, pronto"

Humor é humor. Recebam assim esta Postagem!

Mestres como Jessier Quirino conseguem transformar o ambiente do Nordeste, e porque não dizer do Brasil, em humor, conservando a realidade de alguns fatos e apimentando outros.

A história é contada por Jessier Quirino quando um Coronel tentou candidatar um matuto, para servir apenas de “laranja” a serviço do Coronel.

O matuto (que não tem nada de besta) analisou e veja o que ele respondeu:

Coroné!!!!!!!

Eu vou dizer um negócio a vóis micê...

Como eu sou um cabra expromentado, vivido e viajado nas beiras de postulância political

Eu vou dizer um retalho de sabença que é a pronúncia mais apronunciada sobre politica que existe neste mundaréu selvagiado pelos animá, vegetariado e barrido pelas paias do coqueiro e aguado pelas ondas do mar;

Além do sintoma PREFEITUROSO, embocadura DEPUTADAL, cancha de GOVERNADOR/SENADOR e sustança de PRESIDENTE, o cabra pra ser político no Brasil precisa, no minimo, minimório dos seguintes adjuntório:

Primeiro: começar a juntar dinheiro, para depois começar a juntar gente!

Engolir muita rimunhêta de cabra falso e pidão
Desatar nó cego de convenção

Escutar caquiado deficultoso de partidário que só tem um voto e olhe lááá!
Entrar em imbuância de campanha
Prometer como sem falta e faltar como sem dúvida
Ficar refém da lingua do povo

Pegar roleta de boca com camumbembe

Fazer conchavo com resevista da ditadura
Desgaviar o caminho mode os quixó da oposição

Receitar pra mais de monte

Dismurmurar mulher falsa e coiceira

Acompanhar enrolamento de papé de justiça

Levar fama de ter desfrabicado moça donzela

Levar fama de ser corno, baitola e ladrão

Aguentar fazimento de pouco de eleitor disbriado

Botar tamanca pra opositor bom de peia
Bater 500 tibombo com xangozeiro
Gritar aleluia em igreja pegue e pague
Alegrar sessão espírita
Assistir meia missa e sair comungado
Batizar menino feio com nome de Desmenielisson Jerry
Dá de comer do bom e comer porcaria
Almoçar em lata de goiabada
Dispronunciar discurso má feito de canidato tabacudo
Aplaudir discurso disvirgulado sem rumo e sem ponto final
Aturar conversero duplicado mesmo depois de banseiro
Aturar gente furona e desconhecida dentro de casa
Viver rindo e fumaçando pelo fundo feito ferro de engomar
Acabar sua D20zinha na buraqueira
Aturar babões civis e militares

Bota no braço menino novo com fundo cagado
Tomar cerveja quente de espuma mucha
Tomar wisk drully sem gelo numa xicara de louça com tiragosto de cangica

Beber naquelas mesona de imbuia numa saleta escura e abafada encostado numa cristaleira e cercado de cabos eleitorais com cada suvaqueira de torar
Entregar taça de campeão a time safado

Chorar em velório de desconhecido
Escrever bilhete com lápis de ponta quebrada
Professorar as iniciais de nome de campanha para eleitor tapado

Escorregar em lama de esgoto
Gritar ó de casa em casa ôca

Se abrir para eleitor desabrido
Pagar cana pra pingunço desocupado

Levar dedada no cá pra nós, quando tá nos braço do povo
Escutar destampatório de fuguetão no pé do ouvido

Magoar o dedo mindim em passeata
Durmir chiqueirado da mulher e dos filhos
Apertar a mão de cotó
Ganhar abraço fedorento

Receitar caixão de difunto em ambulânça
Enfiar a mão em saco de dentadura pra distribuir com a mundiça

Comprar votos em dia de eleição
Estelionatar voto em boca de urna
Entrar em imbuânça de apuração

Dá côbro de voto roubado
Apertar a mão de traidor oportunista

Levar choque em microfone desencapado
Cair do palanque e sair todo relado se abrindo
E despois de eleito começar essa cambumbembagem toda de novo

Deus me livre deu sair canidato
Chega me faltou suspiração

E eu vou parar por aqui, porque conversa de política é feito coceira
Só quer um pezinho e eu num me canidato não, pronto, acabou-se.