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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Cinismo ou Ceticismo 2

Sobre a coluna destaco o seguinte trecho:

...Fica explicado - não justificado, obviamente - porque tantos se sentem no direito de vandalizar os bens públicos, como se destruir bens públicos não fosse uma forma de corrupção. Fica explicada também a aceitação de expressões como “isto não é roubo”, ou “rouba, mas faz”, ou "mas, e daí, se todos roubam", ou a mais moderna e cínica “rouba, mas é um dos nossos”, ou ainda "rouba, mas não é para si, é para a campanha".
Até há pouco tempo, pelo menos existiam partidos e militantes que repudiavam essas afirmações. A democracia cooptou-os, absorveu-os e os fez tolerantes, criando uma geração de CÉTICOS E CÍNICOS...

Obviamente o senador destaca a posíção dos cínicos  no trecho acima. Os céticos são aqueles que não acreditam mais na mudança a partir das ações políticas/administrativas.

Interessante o artigo, digno de reflexão, porém, particularmente não me considero nem num grupo (céticos) nem no outro (cínicos), continuo um sonhador.

2 comentários:

  1. Boa Tarde amigo Zé Wilson! Por acaso encontrei esse texto do Professor Ribamar Bessa Freire, que nos mostra uma história bastante interessante quando fala da possibilidade de divisão do Estado do Pará em 02 Estados, que são o Estado de Tapajós e Carajás. O mesmo cita a História do passado do tempo do Império, onde Portuga já pensava em dividir o Para., etc... Mas o que me chamou a atenção foi a história do FURTO, contada pelo Padre Jesuíta Antonio Vieira, que relata ao Rei como os gorvernantes agiam. Veja só a história e compare com os nossos tempos atuais.
    "Furto, Furtei, Furtarei.

    O professor José Ribamar Bessa Freire coordena o Programa
    de Estudos dos Povos Indígenas (UERJ), pesquisa no Programa de
    Pós-Graduação em Memória Social (UNIRIO).




    TAPAJÓS E CARAJÁS: FURTO, FURTEI, FURTAREI
    José Ribamar Bessa Freire
    09/10/2011 - Diário do Amazonas

    Essa foi a vaia mais estrondosa e demorada de toda a história da
    Amazônia. Começou no dia 4 de abril de 1654, em São Luís do Maranhão,
    com a conjugação do verbo furtar, e continuou ressoando em Belém, num
    auditório da Universidade Federal do Pará, na última quinta-feira, 6
    de outubro, quando estudantes hostilizaram dois deputados federais que
    defendiam a criação dos Estados de Tapajós e Carajás.
    A vaia, que atravessou os séculos, só será interrompida no dia 11 de
    dezembro próximo, quando quase 5 milhões de eleitores paraenses irão
    às urnas para votar, num plebiscito, se querem ou não a criação dos
    dois Estados desmembrados do Pará, que ficará reduzido a apenas 17% de
    seu atual território caso a resposta dos eleitores seja afirmativa.
    A proposta de divisão territorial não é nova. Embora o fato não seja
    ensinado nas escolas, o certo é que Portugal manteve dois estados na
    América: o Estado do Brasil e o Estado do Maranhão e Grão-Pará, cada
    um com governador próprio, leis próprias e seu corpo de funcionários.
    Somente um ano depois da Independência do Brasil, em agosto de 1823, é
    que o Grão-Pará aderiu ao estado independente, com ele se unificando.
    Pois bem, no século XVII, a proposta era criar mais estados. Os
    colonos começaram a pressionar o rei de Portugal, D. João IV, para que
    as capitanias da região norte fossem transformadas em entidades
    autônomas. O padre Antônio Vieira, conselheiro do rei de Portugal, D.
    João IV, convenceu o monarca a fazer exatamente o contrário, criando
    um governo único do Estado do Maranhão e Grão-Pará sediado
    inicialmente em São Luís e depois em Belém.
    Para isso, o missionário jesuíta usou um argumento singular. Ele
    alegava que se o rei criasse outros estados na Amazônia, teria que
    nomear mais governadores, o que dificultaria o controle sobre eles. É
    mais fácil vigiar um ladrão do que dois, escreveu Vieira em carta ao
    rei, de 4 de abril de 1654: “Digo, senhor, que menos mal será um
    ladrão que dois, e que mais dificultoso será de achar dois homens de
    bem que um só”.
    N um sermão que pregou na sexta-feira santa, já em Lisboa, perante um
    auditório onde estavam membros da corte, juízes, ministros e
    conselheiros da Coroa, o padre Vieira, recém-chegado do Maranhão,
    acusou os governadores, nomeados por três anos, de enriquecerem
    durante o triênio, juntamente com seus amigos e apaniguados, dizendo
    que eles conjugavam o verbo furtar em todos os tempos, modos e
    pessoas. Vale a pena transcrever um trecho do seu sermão:
    - “Furtam pelo modo infinitivo, porque não tem fim o furtar com o fim
    do governo, e sempre lá deixam raízes em que se vão continuando os
    furtos. Esses mesmos modos conjugam por todas as pessoas: porque a
    primeira pessoa do verbo é a sua, as segundas os seus criados, e as
    terceiras quantos para isso têm indústria e consciência”.
    Segundo Vieira, os governadores ”furtam juntamente por todos os
    tempos”. Roubam no tempo presente , “que é o seu tempo” durante o
    triênio em que governam, e roubam ainda ”no pretérito e no futuro”.
    continua...
    Assina: Ferreira

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  2. continuação...

    Segundo Vieira, os governadores ”furtam juntamente por todos os
    tempos”. Roubam no tempo presente , “que é o seu tempo” durante o
    triênio em que governam, e roubam ainda ”no pretérito e no futuro”.
    Roubam no passado perdoando dívidas antigas com o Estado em troca de
    propinas, “ vendendo perdões” e roubam no futuro quando “empenham as
    rendas e antecipam os contrato, com que tudo, o caído e não caído, lhe
    vem a cair nas mãos”.
    O missionário jesuíta, conselheiro e confessor do rei, prosseguiu:
    “Finalmente, nos mesmos tempos não lhe escapam os imperfeitos,
    perfeitos, mais-que-perfeitos, e quaisquer outros, porque furtam,
    furtavam, furtaram, furtariam e haveriam de furtar mais se mais
    houvesse. Em suma, que o resumo de toda esta rapante conjugação vem a
    ser o supino do mesmo verbo: a furtar, para furtar. E quando eles têm
    conjugado assim toda a voz ativa, e as miseráveis províncias suportado
    toda a passiva, eles como se tiveram feito grandes serviços tornam
    carregados de despojos e ricos; e elas ficam roubadas e consumidas”.
    Numa atitude audaciosa, padre Vieira chama o próprio rei às suas
    responsabilidades, concluindo:
    “Em qualquer parte do mundo se pode verificar o que Isaías diz dos
    príncipes de Jerusalém: os teus príncipes são companheiros dos
    ladrões. E por que? São companheiros dos ladrões, porque os
    dissimulam; são companheiros dos ladrões, porque os consentem; são
    companheiros dos ladrões, porque lhes dão os postos e os poderes; são
    companheiros dos ladrões, porque talvez os defendem; e são finalmente,
    seus companheiros, porque os acompanham e hão de acompanhar ao
    inferno, onde os mesmos ladrões os levam consigo”.
    Os dois novos Estados – Carajás e Tapajós – se criados, significam
    mais governadores, mais deputados, mais juizes, mais tribunais de
    contas, mais mordomias, mais assaltos aos cofres públicos. Por isso, o
    Conselho Indígena dos rios Tapajós e Arapiuns, sediado em Santarém,
    representando 13 povos de 52 aldeias, se pronunciou criticamente em
    relação à proposta. Em nota oficial, esclarece:
    “Os indígenas, os quilombolas e os trabalhadores da região nunca
    estiveram na frente do movimento pela criação do Estado do Tapajós,
    porque essa não era sua reivindicação e também porque não eram
    convidados. Esse movimento foi iniciado e liderado nos últimos anos
    por políticos. E nós temos aprendido que o que é bom para essa gente
    dificilmente é bom para nós”.

    Gostaria que você publicasse no Blog.

    Assina:. Ferreira.

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